Talvez alguns não saibam, mas minha formação é em Design, profissão criada no século XX mas que foi se construindo aos poucos desde a 1ª Revolução Industrial lá na Inglaterra. Como Designer Gráfico, umas das minhas principais funções no mercado é a de posicionamento de marca e criação desse monte de material de divulgação que a gente vê por aí.
Por décadas, o pensamento comum na publicidade era o de quanto mais personalizada e quanto mais pulverizada a comunicação, melhor. No entanto, hoje esbarramos na questão da sustentabilidade, e agora reinventar toda uma cadeia de mercado têm sido uma luta diária.
Só pra gente entender como chegamos nos dias de hoje vou fazer um resumo super-rápido em tópicos:
A revolução industrial em meados do século XVIII, veio em consequência do surgimento de novas formas de energia e impulsionada com as máquinas a vapor.
Com indústrias mais eficientes, a linha de produção passou a produzir mais em menos tempo.
Com mais produtos disponíveis, mais concorrências e mais possibilidades de ampliação de mercado, era necessário identificar os produtos.
Começamos a ter embalagens personalizadas pra identificar produtos, começa a briga subjetiva das marcas e não apenas a objetiva dos produtos.
Pulamos para o século XX, a cadeia de produção de produtos alimentícios já está tão solidificada que surgem os Supermercados como uma opção aos até então populares armazéns.
Diferenciais do supermercado para os armazéns são: preços mais baixos, mais opções de produtos e o próprio cliente se servia.
Em menos de 5 anos o formato já era tão popular que a briga para se destacar ficava cada vez mais forte e a principal carta na manga era o preço. Para conseguir preço é necessária quantidade, e para escoar tal quantidade era necessário criar demanda.
Nasce o conceito de objeto de desejo, esse que nos faz querer ter coisa que não precisamos ter necessariamente.
Para aumentar a produção, facilitar a logística e reduzir os custos, nasce o material mais mágico criado pelo homem, o plástico.
Com o conceito de globalização impulsionado pelo avanço tecnológico e o surgimento da internet, transformamos o mundo inteiro em potenciais consumidores.
Nos últimos 50 anos fomos capazes de lotar o mundo com plástico de diversos tamanhos por um único motivo, manter girando a engrenagem do consumismo.
Em 11 tópicos percorremos, obviamente de maneira superficial, os grandes motivos que nos colocou onde estamos hoje.
A meu ver a solução está em fazer o caminho de volta, voltar a valorizar o pequeno produtor, voltar a comprar em armazéns que vendem apenas produtos locais, voltar a comprar a comida pelo que ela é, e não pela marca que representa, deixar de personalizar o que não precisa ser personalizável. A propósito, essa questão de personalizar dá pano pra manga, é só a gente olhar por exemplo para as festas infantis, chega dar calafrios!
O fato é que já passamos por 3 revoluções industrias, e se queremos verdadeiramente uma revolução que garanta nossa sobrevivência, a 4ª Revolução Industrial precisará levar em conta tudo que deu errado até o momento, deixar de lado o lucro a todo custo e voltar atrás nos conceitos de Globalização, adotando a Regionalização.
Bem-vindos ao século XXI.
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